Concebido pela Ballistic Architecture Machine (BAM), uma empresa de design multidisciplinar não convencional com escritórios em Pequim, Xangai e Nova Iorque, o Tianjin 4A Sports Park adopta uma abordagem inovadora para incorporar ambientes de aprendizagem em espaços públicos através de jogos, repensando simultaneamente o papel dos parques em cidades densas e reimaginando a nossa relação com a natureza.
O contexto atual do local é o de um edifício urbano moderno sobre os restos da cidade histórica de Yixying. Na sequência da construção de um Grande Canal, os habitantes de Yixing deslocaram toda a sua aldeia, reconstruindo um fac-símile a norte da cidade de Tianjin. Embora a própria cidade histórica tenha sido destruída, a BAM tomou como ponto de partida o plano urbano original de Yixing, com o objetivo de trazer à luz do dia a sua história perdida, devolvendo-a à comunidade sob uma forma contemporânea.
O projeto divide-se, grosso modo, em quatro parcelas que se sobrepõem umas às outras. Estes quadrantes são definidos por um eixo central que corre de noroeste para sudeste, ligando o bairro residencial ao metro através do centro comercial. O outro eixo é uma grande praça central, que proporciona um espaço aberto para actividades e eventos.
Cada quadrante do parque assume uma identidade programática única. O quadrante norte está centrado no desporto devido à sua proximidade e ligação ao bairro residencial a norte. O quadrante leste é um quadrante orientado para a restauração, que se liga às linhas B1 e de metro, onde se encontram as principais instalações de restauração e bebidas. A área alimentar estende-se ao longo do eixo até ao quadrante sul, que está fortemente programado com diferentes ambientes lúdicos. O ambiente lúdico do quadrante sul liga-se aos programas familiares interiores da área comercial e também se estende pela praça central para criar um elemento aquático ativo: o labirinto aquático.
O labirinto aquático é um dos quatro labirintos que definem o quadrante oeste. As áreas do labirinto de sebes, do labirinto de terra e do labirinto de madeira estão todas interligadas, proporcionando uma variedade de diferentes ambientes de labirinto para as famílias desfrutarem com um amplo espaço de visualização. Os arquitectos explicam que, em termos espaciais, os labirintos ecoam a sensação da cidade antiga com as suas ruas sinuosas. Simbolicamente, os labirintos representam o percurso de aprendizagem, recordando aos visitantes que procuramos continuamente o nosso próprio caminho único na vida.
Outro elemento ambiental interativo no local é a “Montanha da Água”, onde se pode brincar e aprender. Este elemento aquático é um modelo hidrológico interativo - uma miniatura da paisagem do delta do rio Yangtze, da barragem das Três Gargantas e do antigo sistema de irrigação de Dujiangyan. As crianças podem ativar fontes de água nas montanhas em miniatura e criar reservatórios utilizando barragens em locais específicos ao longo do percurso da água. No entanto, se a água não for cuidadosamente gerida, transbordará para outros cursos de água e continuará o seu percurso até ao oceano.
À superfície, este elemento de água reflecte a paisagem, o desenvolvimento agrícola e cultural e o património chineses. A um nível mais profundo, o desenho fala do papel da humanidade na manipulação da paisagem. Este elemento transforma uma ideia, potencialmente demasiado grande e abstrata para ser compreendida por uma criança, num ambiente lúdico onde a aprendizagem não é didática, mas inerente ao jogo.
O parque cumpre a sua principal função ecológica ao gerar uma maior sensibilização para as questões ambientais através de dois elementos-chave - uma chaminé geotérmica e um modelo hidrológico interativo. A enorme chaminé existente no local do projeto, que funciona como um exaustor de vapor para a água aquecida que ocorre naturalmente nesta região, é transformada pela equipa de design da BAM no ponto mais brilhante do parque - um atrativo amarelo durante o dia e uma torre de vigia cintilante à noite.
Por fim, ao estratificar o design com padrões de árvores, plantas, mobiliário urbano e luzes e ao marcar de forma lúdica várias zonas de atividade com riscas, cores e elementos geométricos, a BAM criou um parque visualmente vibrante que oferece algo agradável para todos.
