A Praça Elisa Facchina, localizada em São Carlos/SP recebeu um programa de usos com o mínimo de intervenção no terreno e uma visão bastante acolhedora da paisagem, graças a participação do GTPU (Grupo de Trabalho de Planejamento dos Parques Urbanos de São Carlos) e da ONG Veredas na definição das necessidades e interesses da comunidade. Tour 360º
Nos 14.671,80 m², só sofrerão intervenção construtiva cerca de 20% do terreno (3.000m²) procurando fazer uso da declividade existente, adaptando o perfil natural do local em patamares que coletam e armazenam as águas de chuva, criando jardins de retenção hídrica (Jardins de Chuva), através do uso de pequenos arrimos feitos de gabião, cujo objetivo é permitir que a velocidade de escoamento superficial seja minimizada, ampliando a sua infiltração no solo e impedindo a erosão.
Estes diversos jardins de chuva transversais à declividade natural serão estruturas de proteção para a região de esportes e usos mistos e também da Área de Proteção Permanente (APP), o que deverá ampliar o desenvolvimento das mudas de reflorestamento.
Os grandes jardins longitudinais, além de cumprir sua função ambiental, ampliam os locais de permanência da praça ao criarem patamares planos que se articulam dentro do partido paisagístico geral e de sua composição estética. São pequenos ambientes e pracinhas internas que receberam tratamento paisagístico com espécies de grande efeito ornamental, mínima necessidade de conservação e alta biodiversidade, desde as árvores, palmeiras, arbustos e plantas forrageiras.
A praça inteira deverá funcionar como amplo local de conservação hídrica e paisagística, com um uso esportivo, contemplativo e recreacional bastante diversificado e intenso, estando apta a receber grandes eventos e feiras de diversas naturezas. As estratégias de conservação se utilizam de configurações de baixo impacto e energia, os Sistemas Baseados na Natureza (SBNs), que aliam questões estéticas, de preservação e recreação dentro de uma mesma lógica compositiva para a paisagem.
Na praça estão previstos estacionamentos permeáveis e arborizados, em sua porção superior, que se interligam com o grande patamar plano centralizado, que congrega todos os usos ativos do local, ou seja, as quadras esportivas, os espaços de eventos, de feiras e possíveis foodtrucks, além dos sanitários e das áreas de apoio, o bicicletário e as vagas especiais de estacionamento para garantir a acessibilidade total (Idosos, Gestantes e Pessoas com Necessidades Especiais), mantendo a ciclovia na sua porção inferior, atuando como limite físico da APP, o que deve facilitar sua preservação e fiscalização quanto a eventuais usos não desejados no local.
Para o grande piso em concreto, que abarca as quadras esportivas e demais usos ativos, buscou-se criar uma pintura especial, artística, com o uso de cores intensas, de maneira a permitir uma rápida apreciação e a percepção do espaço por parte dos usuários, visto que a grande parte da praça estará recoberta de vegetação arbórea.
Trata-se de uma “ilha” de cor em meio à vegetação que percorre o terreno desde o reflorestamento da APP até as coleções de frutíferas e ornamentais que se espalham até as suas cotas mais altas, junto ao estacionamento de veículos, sendo e boa parte cercada pelas coleções de bambus, como uma cerca viva.
Líderes da equipe: Luiz Antonio Ferraz Matthes, André Graziano, Cauê Martins Silva e Olivia Alves;
Time de projeto: Maria Cecilia Pedro Bom de Lima e Isadora Romano Leoncio;
Diagramador: Gabriel Botasso;
Consultoria:
Grupo de Trabalho de Planejamento dos Parques Urbanos (GTPU) formado por docentes e discentes do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e ONG Veredas;
Clientes: Kaapora e Lobo Guará.
