O estado original dessa cobertura de dois andares tinha suas salas principais no piso inferior, com uma altura dupla que se comunicava com o terraço que era pouco usado, pois está no nível superior. Por outro lado, abaixo do volume do telhado inclinado, havia um sótão, usado como depósito.
A reforma consiste em reverter completamente a organização inicial: decidimos fechar a altura dupla, construindo uma nova laje para alcançar um piso diáfano no nível superior em total comunicação com o terraço externo e que possa acomodar os principais usos. Também para continuar desfrutando de uma interessante volumetria interior, o telhado inclinado é deixado em exposição, eliminando o sótão existente, e descobrimos e deixamos em exibição o elemento mais singular e interessante desta cobertura: o teto de madeira existente com sua grande treliça e a treliça de vigas de madeira e tábuas.
A escada é o outro elemento singular que organiza e resolve os usos desse espaço diáfano; é um elemento único que ao mesmo tempo oferece múltiplas funcionalidades: além de sua própria função, torna-se um assento, um recinto de espaços e contém armazenamento, tudo com a imagem unitária fornecida pelas tiras de madeira.
Na entrada do andar inferior, a escadaria nos acolhe iluminando o andar superior e nos convidando a subir, sendo, mais uma vez, o elemento protagonista. Trata-se de uma reforma em que o caráter do espaço sob o teto recuperado é complementado por uma escada multifuncional exclusiva que permite organizar o uso e a função, proporcionando uma imagem unida e contínua entre os dois andares.