A arquitetura às vezes pode se tornar um instrumento de representação. Atribuir um modo de habitar a uma forma construída faz-nos falar de tipologias. Fazer um centro de inovação e promoção do porco ibérico empurra-nos para uma pesquisa interessante: Recuperar origens, viajar no tempo e nas tradições. Procure nas “arquitecturas dos porcos”, do curral ao porão, do nascimento do porco à maturidade do Presunto, como aqueles dois suportes que vão entre a vida e o envelhecimento do Porco. Duas tipologias distantes no tempo e na forma que enquadram o enigmático e atractivo mundo do porco ibérico e têm sido a chave do nosso projecto.
O “Tiro a Pichon” não é um edifício único, mas sim um complexo, que foi construído em três fases. O primeiro é das primeiras décadas do século XX e corresponde ao edifício principal, que é atribuído a Aníbal González, arquitecto de referência do regionalismo andaluz e autor da Praça de Espanha de Sevilha. Um dos primeiros usos foi o palácio do prazer para Pigeon Shoot. A segunda fase decorre entre 1936 e 1941, e corresponde a um maior edifício novo utilizado como hotel; e a última etapa foi construída na década de 50 e corresponde à nave intermediária dedicada aos salões e salas e uma piscina construída em uma plataforma inferior.
A primeira decisão do projeto é respeitar o prédio “Tiro a Pichon” e sua presença original na praça. No rés-do-chão situa-se o posto de informação turística central sobre a “Rota do Presunto” e zonas de exposição. O piso 1 contém a “Sede do Conselho de Administração da Denominação de Origem Jabugo”. O 2º andar é reservado para espaço de co-working de empresas ligadas ao setor. O centro de comunicações localizado na ala sul se conecta diretamente ao porão onde encontraram a nova adega, um espaço polivalente onde presuntos curados, pesquisa e cozinha estão conectados.
O restante do projeto está estruturado com a implantação de três construções isoladas denominadas “currais”. Dentro de cada uma podemos encontrar uma parte construída (a) e uma área livre (b) voltada para a praça central. O primeiro redil é o hall e distribuidor entre o edifício colonial e o edifício de “Tiro Pichon”. Dentro encontramos uma caixa como vitrine, exibindo presuntos, conectando-se com a vinícola. O segundo curral contém um café e banheiros. O terceiro curral está localizado no antigo tanque. Reciclando sua estrutura e utilizando-a como salão-auditório.
Material usado:
Pisos: GUBIA
Windows: SAPA
Iluminação interior: TROL
Elevador OTIS