A Casa Tangram possui uma volumetria diferenciada inspirada no jogo homônimo, um quebra cabeça de origem chinesa que consiste em peças geométricas que combinadas compõem outras formas.
O terreno de quadra única com formato em leque dificultou a adoção de linhas ortogonais para a implantação e volumetria da casa. Então trabalhamos uma planta em formato de prisma, que acompanha as diferentes orientações geométricas do terreno. Seguindo a mesma diretriz, a volumetria da construção surge da composição de diferentes volumes, que se unem numa composição livre que acomoda o programa de usos e o terreno irregular. Como um jogo de encaixe (Tangram) onde diferentes formas fragmentadas compõem um todo coeso e harmônico.
O terreno, além de irregular em formato, também possuía uma queda acentuada em direção à esquina, de aproximadamente 3 metros. Por solicitação dos moradores, o jardim interno deveria ser plano e acessível em relação ao nível da casa. Por isso estabelecemos um platô interno, através de aterro, que garantiu um amplo e comprido jardim, com gramado, solário e piscina. No lado da rua, o terreno desce livremente, seguindo a topografia original, conformado na esquina pelo muro de arrimo, o qual utilizamos como elemento estético, curvo, destacando o volume edificado da casa, que surge em balanço.
O volume mais destacado da casa é um prisma invertido pintado de branco, cuja parte mais estreita toca o solo, acomodando a entrada social. O ângulo inclinado desse volume se dá pelo formato da escada, que em negativo, forma esse vão, como um cubo branco esculpido. É nesse prisma também que se encontra o eixo principal de circulação da casa, integrando espaços de cozinha, salas de estar, ala íntima e pavimento superior, dentro de um ambiente em pé direito duplo, amplamente iluminado por uma claraboia de vidro.