Um edifício esportivo abandonado do período da guerra (construído na década de 1940) nunca teve a intenção de ser reformado. Os incorporadores imobiliários pensaram em demoli-lo como ninguém imaginaria fazer algo útil com ele. No entanto, o cliente comprou o terreno e decidiu transformar o edifício 'inútil' numa villa privada.
Converter este espaço em um ambiente habitável apresentou um desafio especial e tornou este projeto uma experiência única.
O trabalho começou com a desmontagem da estrutura original. Um momento inspirador veio quando as paredes e o teto foram desnudados e a beleza crua dos materiais originais foi revelada, que em combinação com o vasto espaço repleto de luz apresentou um grande ponto de partida.
As estruturas de concreto, originalmente utilizadas para obter grandes vãos para o pavilhão, aumentam visualmente o volume e definem o espaço interior. Subdividi-lo em salas separadas, preservando a "grandeza" do espaço original, era um equilíbrio complicado.
Elementos de móveis projetados individualmente foram usados em vez de paredes divisórias padrão para fazer o truque. Essas unidades de móveis não tocam o teto. Em vez disso, as superfícies de vidro ou espelho são colocadas em cima deles para criar continuidade visual, permitindo que o teto original "corte" todo o espaço, enquanto isola suficientemente os quartos.
Assim, criou-se um ambiente aconchegante à escala humana, deixando ininterrupta a continuidade visual do espaço original. Móveis feitos sob medida, projetados com materiais naturais - cada material aplicado apenas uma vez - criam uma variedade de espaços interligados, cada um com uma atmosfera única.
A fronteira entre o espaço interior e o jardim foi intencionalmente desfocada seguindo o princípio da continuidade visual. As janelas que inicialmente não atingiam o nível do solo foram cortadas para o nível do solo para fazer grandes aberturas ao longo da fachada. Refletidas no piso de concreto semibrilhante polido, as grandes janelas criam uma sensação de leveza e abertura, de forma que a natureza 'entra' e enriquece o espaço interior.
A superfície do deck do jardim externo continua até o nível do piso do interior. A fileira de bambu com 4-5 m de altura cria um espaço intermediário que separa a villa dos prédios de apartamentos ao redor.
O Villa possui uma elegante área de spa coberta localizada no final da casa. Uma bela vista abre-se da 'box' da piscina emoldurada por um contorno preto da parede de vidro, para o 'coração' da casa: a cozinha e a sala, colocadas no mesmo eixo. Uma superfície espelhada de 3m de altura colocada no topo da parede de vidro da lateral da sala de estar, cria um efeito óptico de um teto infinito, expandindo visualmente o espaço.
Uma nova fachada metálica foi acrescentada de forma a proporcionar um isolamento perfeito, permitindo preservar a superfície 'nua' das paredes de tijolo e ter uma temperatura amena no interior da casa. Invisível da rua, a moradia abriga espaços generosos e de grande qualidade, tornando-se provavelmente a maior moradia da cidade.