O estúdio de arquitetura sediado em Melbourne Wood Marsh concluiu o desenvolvimento das estações ferroviárias Bell e Preston como parte do extenso Projeto de Remoção de Passagens de Nível de Victoria. As duas estações adoptam a cor e a forma como ferramentas de placemaking e incluem novos espaços verdes. A incorporação de elementos de design indígena ajuda a reforçar a inclusão e a promover oportunidades de aprendizagem cultural.
As estações Bell e Preston constituem duas partes fundamentais de uma remodelação considerável que está a decorrer ao longo da Linha Mernda, uma linha de metro em Melbourne, Victoria. Quatro passagens de nível foram removidas através da elevação da linha, criando um espaço verde equivalente ao tamanho de três Melbourne Cricket Grounds. Este espaço verde foi desenvolvido em colaboração com o estúdio australiano de design urbano e arquitetura paisagística Tract Consultants. A área está agora "activada com comodidades e ligações melhoradas, incluindo paisagismo, espaços de reunião e caminhos partilhados para os utilizadores", afirma Wood Marsh.
A fachada da Bell Station foi concebida como uma referência às habitações classificadas como património histórico existentes na cidade vizinha de Darebin (nos subúrbios do norte de Melbourne). Wood Marsh criou um padrão tridimensional para a fachada de betão como uma representação abstrata da paisagem do telhado da cidade de Darebin. "Os padrões angulares animam a fachada, que inclui janelas de vidro multicoloridas que filtram a luz colorida para o espaço do átrio de altura dupla", explica o estúdio. Mais uma vez fazendo referência à arquitetura local, Wood Marsh derivou os tons apelativos das janelas das cores que iluminam o vizinho Centro de Artes e Entretenimento de Darebin. Um anfiteatro público na Bell Station funciona como uma bacia de inundação e ajuda a criar uma ligação perfeita com o centro de artes. No planeamento da Bell Station, as funções estão localizadas nos quatro cantos do edifício, assegurando assim que o generoso átrio permanece livre.
O design da Preston Station é influenciado pelo vizinho Preston Market. A fachada da estação assemelha-se aos códigos de barras utilizados pelos vendedores do mercado e mistura uma série de dobras verticais pretas com cores inspiradas na variedade de produtos do mercado. O design do revestimento continua no átrio da estação e inclui janelas de várias cores que filtram a luz colorida para o interior. O design da Preston Station pode ser adaptado ao futuro desenvolvimento do Preston Market. As escadas da estação facilitam o acesso à plataforma de ambos os lados, ajudando a distribuir uniformemente os passageiros ao longo da plataforma e no comboio.
"Ao longo do projeto, a cor e a forma são utilizadas como ferramentas para a criação de espaços", afirma Wood Marsh. "À Linha Mernda é atribuída uma identidade lilás - pilares cor-de-rosa e lilás e iluminação funcionam como marcadores cívicos." A abordagem do estúdio celebra o caminho de ferro como parte da arquitetura pública. Aqui, o placemaking capitaliza os padrões e cores das fachadas de ambas as estações, ajudando a criar espaços públicos que melhoram o tecido urbano.
A incorporação de iniciativas de design indígena, incluindo elementos de design paisagístico e urbano, ajuda a criar espaços significativos e inclusivos. A paisagem proporciona áreas para círculos de aprendizagem (círculos de diálogo) que são importantes para a cultura aborígene. Existem também elementos de design indígena nos padrões do ecrã do viaduto e nos padrões dos elevadores em ambas as estações. "O projeto promove oportunidades de aprendizagem cultural e funciona como um espaço comunitário funcional", afirma Wood Marsh. Os espaços verdes e os terrenos de plantação autóctones funcionam para promover e construir uma rede ecológica. Existe uma via partilhada para peões e ciclistas, bem como espaços abertos com assentos, áreas de lazer e churrasqueiras. Além disso, a maior ativação e utilização da área ajuda a promover a segurança.
O projeto das estações de Bell e Preston apresenta uma série de iniciativas de sustentabilidade, incluindo painéis solares, tanques de águas pluviais e iluminação LED. As duas estações cumprem as classificações mais elevadas do Conselho de Sustentabilidade das Infra-estruturas para projectos ferroviários e os requisitos Green Star de 6 estrelas (do Green Building Council of Australia).
