O atelier de Praga BYRÓ architekti concluiu um pequeno e contemporâneo pavilhão de jardim revestido a madeira carbonizada na capital checa. Parte de uma colónia de jardins, a estrutura acolhedora reimagina completamente o vulgar telheiro de jardim.
BYRÓ architekti projectou o pavilhão de jardim para clientes que possuem um grande jardim maduro no centro de Praga. Construído sobre os alicerces de uma casa de campo em ruínas, o pavilhão é uma habitação bijutal que oferece um espaço modesto para se abrigar durante as intempéries e para pernoitar ocasionalmente nos meses mais quentes de verão. Nos meses de inverno, o pavilhão oferece também um espaço para abrigar plantas, funcionando como uma espécie de jardim de inverno.
Ao planear a forma e a disposição do pavilhão, o atelier BYRÓ architekti fez questão de garantir que a estrutura se relacionasse o mais possível com o jardim circundante. "Acabámos por ter a ideia de um painel dobrável que permite que um dos lados da casa se abra completamente", explica o estúdio.
Como resultado, o interior liga-se diretamente ao exterior; abraçando o jardim, cria algo semelhante a uma loggia de jardim, que foi a inspiração arquitetónica do BYRÓ architekti para o projeto. "Quando aberta, a parede de policarbonato funciona também como um telhado exterior, expandindo o espaço coberto onde se pode ficar durante o tempo chuvoso", diz o estúdio. "O mecanismo de dobragem do painel é composto por cabos de aço, roldanas e contrapesos, facilitando a abertura de toda a fachada por uma pessoa."
Construído sobre fundações de betão, o pavilhão de jardim ocupa o lugar de uma antiga casa de madeira numa colónia de jardim perto do rio Vltava, em Praga (as colónias de jardim são um passatempo popular na República Checa). O novo pavilhão faz parte de um jardim maduro e situa-se ao lado de estufas, caramanchões e várias outras pequenas casas pertencentes a parcelas individuais. "Estas casas são semelhantes entre si: na sua maioria escuras e quase sem janelas, possuem uma qualidade romanticamente imperfeita e irregular", afirma BYRÓ architekti.
O projeto do estúdio para o pavilhão pretende incorporar o carácter da sua envolvente de uma forma contemporânea. O edifício tem uma estrutura assimétrica e uma fachada feita de madeira de abeto carbonizada - uma técnica tradicional japonesa conhecida como shou sugi ban, este método de preservação da madeira confere à madeira uma resistência e durabilidade excepcionais, bem como um acabamento esteticamente decorativo.
A BYRÓ architekti concebeu o pavilhão do jardim como uma estrutura de madeira que utiliza um sistema de construção 2 x 4. A madeira de abeto é utilizada para as paredes, o telhado e o revestimento interior do edifício. A parede interior traseira revestida a madeira inclui uma estante integrada do chão ao teto e uma escada que conduz a um sótão para dormir; as outras paredes interiores são revestidas a gesso. A estante e o piso superior são construídos com ripas de madeira de abeto, criando um interior acolhedor e cheio de luz natural; o piso térreo é revestido com madeira de lariço.
Um pequeno conjunto de degraus de aço dá acesso ao pavilhão. A qualidade translúcida do painel de policarbonato garante que, mesmo quando fechado, o pequeno espaço interior não se sente apertado: o espaço mede 3 x 5 metros (aprox. 10 x 16 pés) e a altura do pavilhão é de pouco menos de 5 metros.
Duas portas dobráveis de madeira de abeto carbonizada são utilizadas para cobrir o painel de policarbonato, fechando a fachada frontal do pavilhão. O edifício não está ligado a nenhuma rede de serviços públicos - um painel fotovoltaico fornece um nível básico de eletricidade e iluminação.
