Na entrada da cidade, pelo Norte, deparamo-nos com um edifício ondulado. Esse edifício nasce de uma encomenda rigorosa, da qual se destacavam um programa específico com as suas particularidades e um valor com limite predefinido, inultrapassável, para a execução da obra. Condicionantes que se tornaram determinantes na génese concetual do projeto. Pretendia-se um edifício fechado destinado a uma unidade comercial e a criação de outros pequenos espaços comerciais, num local aberto, junto a uma rotunda que se abria para a Praia Norte.

O Edifício Comercial Areosa foi inspirado nas ondas do mar e nas marcas onduladas causadas pelo vento na areia da praia. A materialidade da fachada, leve, escultural e orgânica, foi possível com um reduzido orçamento, graças à utilização de chapas perfiladas onduladas de alumínio, colocadas no sentido vertical. Isto permitiu trabalhar com facilidade, as formas curvilíneas projetadas e montadas estrategicamente para aguentar os ventos fortes. O desenho do volume através do material da fachada foi determinante.

Agradavelmente, o edifício apresenta leituras diferentes durante o dia, consoante a incidência solar nas mesmas e em função da localização do observador. O embasamento do edifício, de linhas ortogonais, é marcado pelos planos envidraçados, nos quais se focam as entradas. A liberdade de utilização e a falta de sensibilidade em detrimento da arquitetura, levam-me a sentir que ainda não se alcançou o equilíbrio certo entre a utilização e o entendimento desta obra.