O retrofit do apartamento, situado em um prédio de mais de 50 anos, localizado na área central de São José do Rio Preto - SP, demonstra a ideia da valorização e reutilização de edifícios antigos. A escolha em residir nos centros urbanos deve-se à busca por uma melhor qualidade de vida por conta da facilidade de acesso a comércios, transportes e demais serviços, demonstrando uma praticidade cotidiana. Além disso, o apartamento em questão conta com uma área útil generosa de 160 m², o que permite a adaptação do espaço conforme o estilo de vida contemporâneo.
A premissa do projeto conta com o aproveitamento e a atualização do espaço construído somado à valorização de alguns elementos existentes. O parquet (piso em madeira) da sala de estar, quartos e circulação foi totalmente restaurado, assim como o granilite presente no hall de acesso e na antiga copa. Ademais, os caixilhos de aço existentes receberam tratamento e foram recuperados.
Com a demolição pontual das alvenarias foi possível otimizar a planta, ampliando a sala de estar ao integrá-la com o novo home office. A pintura das paredes em tom claro, somado ao rebaixo do forro, para possibilitar a execução do novo projeto de luminotécnica e da infraestrutura dos pontos de ar-condicionado, dão uma sensação de amplitude ao espaço. Além disto, foi prevista uma área técnica em parte da antiga cozinha, para a locação das condensadoras dos ares-condicionados, preservando a fachada do edifício. Os pontos de cor estão presentes no mobiliário, nos itens de decoração e nos diversos quadros espalhados pelo ambiente. As cores remetem àquelas dos anos 60/70, data da construção do edifício.
A área da cozinha, antigamente isolada dos outros ambientes, ganha novo caráter social ao se extender até a antiga copa, configurando-se como um agradável espaço de convivência. O granilite rosa, original da década de 70, foi o ponto de partida para a escolha das demais cores. O tom de rosa se extende pelo piso da lavanderia e sobe até a altura do peitoril com pastilha natural. Já a marcenaria traz um toque moderno tanto pelas linhas retas e minimalistas, enquanto que o tom de verde também remete às cozinhas dos anos 60/70, mantendo assim a conexão com a identidade original. O projeto buscou valorizar os elementos existentes, sem deixar de inseri-lo no seu tempo.
O projeto demonstra uma nova demanda das cidades interioranas, o retorno aos centros urbanos. Tais edifícios antigos geralmente apresentam valor de compra inferior ao de lançamentos imobiliários com menos da metade da metragem útil. Ao exemplo do que já acontece em grandes capitais, especialmente em São Paulo, há uma valorização desses edifícios, tanto pela sua localização, quanto pela possibilidade de modificação das plantas devido à generosidade dos ambientes. Tal reforma atua como um manifesto pela conservação e valorização de tais edifícios históricos.
Equipa:
Arquitetos: Estúdio Luiz Veneziano
Arquiteto Chefe: Luiz Claudio Lopes Veneziano
Equipe de Projeto: Felipe de Oliveira Pinto, Isabela Carvalho, Fortuna Rodrigues
Execução Técnica: Adriano Goes
Engenheiro Civil: Adriano Goes
Projeto Luminotécnico: MAI Arquitetura de Iluminação
Projeto de instalações eléctricas: Riopren Engenharia
Revestimentos: Artcon Acabamentos
Paisagismo: Diogardens
Fotógrafo: Vitor Martins