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Quinta do Buraco - Casa I

Quinta do Buraco - House I
©Fernando Guerra

Quinta do Buraco - Casa I

No local existia uma pequena ruína de pedra com três compartimentos e esta é a origem. Um compartimento passou a ser o hall de entrada, o outro a cozinha e o terceiro a sala de jantar.
O hall dá acesso ao corpo em madeira onde se localizam os quartos, a poente, e ao volume da ruína restaurada e integrada com o volume de betão da sala e biblioteca.
Os anexos e áreas técnicas fazem de muro de suporte, a norte.
O volume independente do estúdio e garagem, está ligado à casa por um coberto em estrutura de madeira.
A cobertura em ardósia unifica todos os volumes, acentuando o contraste com o volume cúbico e cobertura plana da sala.
A estrutura e revestimento de madeira são predominantes e caracterizam a massa volumétrica e organizativa.

A permanente presença desta obra no meu quotidiano – a minha habitação é vizinha desta – obriga-me a um constante exercício de reflexão, quase obsessivo, sempre absorvente.
Repenso a implantação e a relação com as pré-existências e o terreno.
Repenso as volumetrias e pergunto-me se, na sua diversidade, conseguem transmitir uma ideia de conjunto.
Repenso o uso dos materiais e sua hierarquia.
Repenso os pormenores e as ‘entradas de água’, inevitáveis em qualquer obra, mas solucionáveis.
Repenso as fenestrações e os sombreamentos, as texturas dos materiais e os acabamentos.
Repenso o uso dos espaços, as suas funções e as vivências que eles permitem ou impedem.
Repenso como será viver por dentro e também por fora.
Repenso como era quando, quase pronta, a visitava e como é agora quando me convidam para jantar, como é estar, como é tão banal e por isso mesmo tão especial.
Repenso como é interessante esta profissão.
Repenso que alterações faria, se me fossem pedidas, e se as deveria fazer.
Repenso o repensado, em constante exercício crítico.
Penso que a madeira foi bem escolhida e que a sua qualidade tem melhorado com o tempo.
Penso que as placas de ardósia da cobertura foram melhor solução do que a folha de cobre, mesmo que o resultado seja uma menor estanquicidade.
Penso que a qualidade não pode ser só técnica.
Penso que a técnica deve ser apenas a suficiente para garantir a segurança e funcionalidade da obra. Penso que sevive bem na casa e que os que a habitam estão identificados com ela e ela com o modus vivendi destes.

Ou será ao contrário?
Penso que a casa ganhou com o tempo e que o tempo ganhou com mais esta casa. Pelo menos o tempo dos proprietários e o meu…
Carlos Castanheira

 

Créditos:

Arquitecto:              

Carlos Castanheira

Escritório em Portugal:

CC&CB, Architects, Lda.

Equipa de Projecto:           

Maria Clara Bastai

Orlando Sousa
Engenharia:               

Estrutura:

GOP – Engineering and Organization Projects, Lda.

Electricidade:

PROTEC –

Engineering Projects, Lda.

Constructor:

CONTRALEX, Lda.

Área de Construção:

358, 40 m2

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