A ampliação do Hospital da Luz em Lisboa não consiste num novo edifício construído dentro do recinto do Hospital, mas sim numa ampliação física e em continuidade com o edifício existente. A natureza do programa implica uma total integração, uma vez que na generalidade não se vão criar novos serviços, mas sim, ampliar, restruturar e inovar os que já se encontram em funcionamento.
A abordagem ao projecto mantem a estrutura espacial do edifício existente, através da extensão dos dois corredores principais, de público e de serviço, o que permite ligar os novos acessos ao sistema existente, conferir uma maior flexibilidade na organização interna das áreas operacionais e continuar a focar o desenho no conforto dos clientes e dos colaboradores.

Os jardins e a luz natural, os dois elementos que caracterizam o Hospital da Luz, foram fortemente reforçados. Muito mais superfícies envidraçadas nos pisos baixos e muito mais jardins, nas coberturas e no pátio central, para serem fruídos a partir do interior.

Uma das novidades do Hospital da Luz, em 2007 quando foi inaugurado, foi o desenho dos seus espaços interiores. Propunham-se à data, materiais quentes, áreas para deambular, jardins interiores, luz natural, entre outros aspectos, pouco habituais nos interiores hospitalares, austeros e impessoais, a que estávamos habituados. O nosso objectivo era mudar o paradigma, apostando num ambiente humanizado muito mais próximo de um hotel do que de um hospital. Agora, na fase de ampliação, o desafio foi outro. Já não são só os materiais, os espaços e a luz, mas também o modo como nos sentamos, como esperamos, como circulamos, como permanecemos e como interagimos com as diferentes modalidades de atendimento. Apostando em ambientes confortáveis desenhados a pensar nas pessoas: nas pessoas que usam o hospital, nas pessoas que trabalham no hospital e nas pessoas que o mantêm.